sexta-feira, 29 de abril de 2011

Música no Brasil Colonial

A música do Brasil formou-se, prinicpalmente, a partir da fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e por escravos. Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das influências para a música brasileira, erudita e popular, introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem portuguesa, mas genericamente européia. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O índigena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora.
Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com os outros países além da metrópole portuguesa, elemntos musicais típicos países se tornariam importantes, como foi o caso da voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas germânicas, muitos populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norteamericano no século XX, que encontraram todos um fétil terreno no Brasil para enraizamento e transformação.
Os primeiros registros de atividade musical consiste no Brasil provêm da atividade dos padres Jesuítas, estabelecidos aqui desde 1549. Dez anos depois já haviam fundado aldeamentos para os índios (as chamadas Reduções) com um estrutura educativa musical. Neste início, ainda com escasso número de cidade, mesmo as mais importantes não passando de pequenos povoados, também é lembrada a atividade de Francisco de Vaccas como mestre-de-capela e Pedro da Fonseca como organista, ambos ativos na Sé de Salvador. É importante assinalar ainda a formação de irmandades de músicos a partir do século XVII, algumas integradas somente por negros e mulatos, irmandades estas que passariam a monopolizar a escrita e execução de música em boa parte do Brasil.
Na música popular o negro teve uma participação fundamental. Trazendo da África alguns instrumentos como atabaques, o agogô, a cuíca e o berimbau, e ritmos desconhecidos pelos europeus, já no século XVIII sua contribuição se faz notar nas danças e canções de rua, crescendo em importâcia no século XIX e florescendo exuberante após a abolição da escravatura em 1888, equiparando-se nos dias de hoje à participação branca.
Os primeiros exemplos de música popular no Brasil do século XVII, como o lundu, originalmente uma dança africana que chegou no Brasil, via Portugal, ou diretamente, com os escravos vindos de Angola. Tinha uma natureza sensual e humorítica que foi censurada na metrópole, mas no Brasil recuperou este caráter, apesar de ter incorporado algum polimento frmal e instrumento como o bandolim. Mais tarde o lundu, que de ínicio não era cantando, evoluiu assumindo um caráter de canção urbana e se tornando popular como dança de salão. Outra dança muito antiga é o cateretê, de origem indígena e influenciada mais tarde pelos escravos africanos.
 
A música popular do Brasil só se tornaria mais forte no final do século XVII, com o lundu, dança africana de meneios e sapateados, e a modinha, canção de origem portuguesa de cunho amoroso e sentimental. Esses dois padrões, a influência africana e a européia, alternaram-se e combinaram-se das mais variadas e inusitadas formas durante o percurso que sembocou, junto a outras influências posteirores, na música popular dos dias de hoje, que desafia a colocação de rótulos ou classificação abrangentes. Durante o período colonial e o Primeiro Império, além dos já citados lundu e modinha, também as valsas, polcas e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil um nova forma de expressão.



Por Liocir Costa